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Segurança da informação em 2023: mais dados, novas tecnologias e desafios

Claudio Savio de Andrade Cruz Azevedo*

Não é de hoje que as empresas relacionadas a dados já passaram à frente no ranking das mais valiosas do mundo, provando que as informações que elas possuem são de extremo valor e talvez o bem material mais valioso desta geração.

O volume de dados cresce absurdamente a todo instante, com mais aplicativos, sites, gadgets, funções, máquinas industriais, veículos etc. Tudo requer um cadastro e informações. Quase todo serviço capta sua utilização e cria um rastreador de suas atividades, seus hábitos e costumes. É um crescimento sem fim e que precisa ser levado em consideração para a tomada de atitudes nos mais diversos setores da sociedade, da privacidade e intimidade do usuário final até os governos e entidades governamentais de poder mundial.

Novas tecnologias surgem, outras se tornam obsoletas e tudo caminha em passos aceleradíssimos. A chegada do metaverso, veículos autônomos, assistentes residenciais, integração de múltiplos aparelhos, dentre outras novidades, trazem consigo muitas questões para o futuro.

Com todas as mudanças e migrações para a esfera do metaverso, surgem inúmeras dúvidas a respeito de como as informações serão tratadas, o mapeamento de riscos cibernéticos, e a segurança de credenciais e informações corporativas sigilosas, já que todo esse tipo de informação passará por um ambiente integralmente digital. Eu separei dois questionamentos para serem analisados:

Será que conseguiremos regular todos estes aspectos técnicos a tempo?

Talvez, o cenário pareça positivo. Existe uma intenção do próximo governo em implementar uma assessoria especial relacionada a assuntos digitais, que pode fazer com que fiquemos atualizados em relação às tecnologias e todas as suas implicações legais e sociais. Novas leis já estão sendo criadas/revisadas nos Estados Unidos e na Europa neste sentido.

E a segurança da informação, como nos certificaremos de que é seguro utilizar essas novas tecnologias?

Os hackers se provam cada vez mais habilidosos em contornar mecanismos de segurança destes equipamentos integrados, aplicativos e tudo o que seja eletrônico. Existem inclusive aparelhos que conseguem hackear, roubar dados e realizar todo tipo de fraude só estando a alguns metros do alvo, ou seja, não é preciso uma conexão direta física ou online para que haja um ataque. Até pela tecnologia do bluetooth/wifi existe vulnerabilidade.

A Inteligência Artificial e os novos hábitos nas operações industriais 

A inteligência artificial vem sendo utilizada de forma massiva para vários tipos de aplicações, inclusive para desenvolvimento, gestão e controle dentro de indústrias. Esses códigos devem ser avaliados com rigidez, pois caso seja infiltrado por algum tipo de programação indevida, poderá gerar enormes impactos nos frutos destes códigos, causando prejuízos e danos incalculáveis, levando em consideração que cada vez mais e mais pessoas estão aderindo às novas tecnologias.

As indústrias de agora em diante também deverão focar mais em suas operações de segurança, já que muitas máquinas são operadas de forma 100% eletrônica e muitas das vezes são utilizadas como porta de entrada para não só alterar o seu funcionamento, como acessar outras informações na rede a que está conectada. Portanto, patches e atualizações de segurança devem fazer parte de uma rotina para garantir que o sistema continue livre de invasões maliciosas.

Os desafios que vêm pela frente

Acredito que o principal desafio é zelar pela integridade do ambiente virtual, conscientizando cada vez mais o usuário de que a cultura de segurança é fundamental para que a rede seja um ambiente estável, aliando com medidas mais conservadoras no que diz ao uso de serviços digitais e compartilhamento de dados.

Agora, mais que nunca, é de extrema importância a vigilância constante do ambiente virtual, seja do governo, de empresas ou de dispositivos pessoais. Junto com as inúmeras facilidades que temos com os aplicativos e aparelhos, novas falhas vão sendo exploradas por criminosos que vão pegar tudo aquilo que puderem e até se utilizam da invasão para atingir outros alvos.

Missão árdua dos profissionais que também se apaixonaram pela área de proteção de dados, qualquer seja a área, como TI, jurídico, compliance, ou administrativo. Todos nós devemos seguir pautados nos princípios legais, atuando sempre com ética, integrando todos os usuários e setores dentro de um organismo seguro para que possamos construir algo sólido para que amanhã seja um dia melhor.

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Claudio Savio de Andrade Cruz Azevedo: Advogado, Pós-Graduado em Direito Empresarial, especialista em Compliance e LGPD, atuando no consultivo jurídico e empresarial desde 2018.

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