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Os dados pessoais no Metaverso

Fabíola Grimaldi*

Não é novidade para todos que temos as informações digitais sendo coletadas todos os dias no mundo da internet. Agora, já imaginou como ficam os dados pessoais no Metaverso?

As aplicações do Metaverso vão além da nossa convencional internet, a exemplo das aplicações em 3D, Realidade Aumentada (AR) e Realidade Virtual (VR), trazendo as informações pessoais para interações imersivas.

Só para ter uma ideia, em 20 minutos em simulação de Realidade Virtual (RV), é possível deixar quase 2 milhões de registros. E não estamos falando apenas dos dados capturados no método externo e sim de reações emocionais e expressões faciais.

Antes, entenda que, por definição, dado pessoal é aquela informação relacionada a pessoa natural na qual a torna identificada ou identificável.

Quais são os dados pessoais no Metaverso?

Ou seja, no Metaverso podemos incluir um novo rol de dados pessoais, as expressões faciais, movimento e abertura dos olhos, contração da face, dilatação da pupila, reações emocionais, dentre outros.

A profundidade destas informações coletadas vai depender da evolução do Metaverso e o monitoramento atribuído aos avatares dos usuários.

Um fato é que os dados já coletados aprofundados com dados da realidade virtual podem delimitar uma compreensão e personalização profunda do perfil dos usuários.

Ao pensarmos em Metaverso, ainda estamos engatinhando no entendimento e na sua real possibilidade de evolução. Assim, a evolução do Metaverso precisa ser acompanhada de grandes responsabilidades no que tange a proteção e uso dos dados pessoais.

As empresas, plataformas e marcas que estão migrando para o Metaverso precisam iniciar o seu trabalho com total transparência, ética e conformidade com as legislações de privacidade e proteção de dados. É preciso olhar o Metaverso com cuidado em relação à proteção de dados.

A pergunta que fica é: o Metaverso é seguro?

O mundo todo está animado com a experiência e a evolução que o Metaverso pode trazer. A autora, aqui também, é uma grande entusiasta do Metaverso. Então, não podemos demonizar o Metaverso, e, sim, cuidar da sua evolução.

É necessário aplicar a nossa história já aprendida com a coleta de dados pessoais desenfreada da internet tradicional e as legislações aplicadas na atualidade e, assim, trazê-las para o Metaverso. Como fazemos isso?

A segurança dos dados pessoais no Metaverso hoje está muito na mão das empresas e plataformas atuantes nesta realidade. Vamos conseguir deixar o Metaverso seguro na medida em que as próprias empresas que estejam ou desejam atuar no Metaverso se esforcem a observar a privacidade e proteção dos dados ali envolvidos desde início.

O Metaverso requer uma responsabilidade pela segurança da informação que vai além dos usuários, o que deve se estender para as plataformas, aplicações e empresas. Ou seja, quanto mais transparente e ético, melhor será o ambiente do Metaverso.

As empresas ao atuarem neste novo ambiente, com salas virtuais, festas, lojas, desfiles, precisam em principal observar a Lei Geral de Proteção de Dados, com seus princípios e bases legais para tratamento dos dados pessoais. Sem esquecer, é claro, a observância na relação consumerista se couber na relação com usuário.

Resta claro que do outro lado dos dados pessoais, sejam eles da internet tradicional ou da realidade virtual, existe uma pessoa. Ou seja, uma vida que por lei precisa ter seus dados seguros e protegidos. Estes usuários precisam saber quais informações estão sendo coletadas, com qual finalidade estão sendo tratadas, com quem são compartilhadas, a segurança e o tempo de armazenamento dentro do Metaverso.

Preocupação com dados pessoais no Metaverso desde já

Por fim, concluímos que a conversa sobre o Metaverso e os dados pessoais nele coletados ainda são muito recentes e intrigantes. No entanto, a evolução do Metaverso é rápida e contagiante, desta forma, é preciso iniciar a preocupação com dados pessoais desde já.

O Metaverso, a privacidade e proteção de dados podem sim andar em conjunto com evolução voltada para o bem dos usuários. Na nossa sociedade digital atual, não se pode mais dar ao luxo de começar sem observar as consequências e responsabilidades da aplicabilidade dos dados pessoais.

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Fabíola Grimaldi: Advogada e gestora especializada em consultoria empresarial, digital e proteção de dados para empresas, negócios digitais, e-commerce e Startups. Fundadora do portal de cursos direitotech.com.br

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