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Como a LGPD impulsionou o crescimento de diversas empresas no Brasil 

Por Aline Deparis*

A pandemia trouxe consigo diversos prejuízos para quase todos os setores. Com o lockdown obrigando o fechamento dos estabelecimentos, as empresas foram praticamente expulsas para um modo de operar baseado no virtual e no trabalho remoto, o que, por consequência, aumentou a demanda por segurança de dados nas empresas. 

Paralelo à questão da pandemia e seus efeitos, a Lei Geral de Proteção de Dados surgiu fortalecendo a necessidade por profissionais de tecnologia e de cibersegurança, que agora possuem uma demanda gigantesca de trabalho para atender. 

Existe hoje no mercado uma oferta muito grande de profissionais de cibersegurança, inclusive o Brasil possui a segunda maior força de trabalho nesse setor, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. 

Porém, nem de perto alcança a demanda, que tem sido muito maior desde a pandemia. 

O aumento da atividade criminosa relacionada ao setor contribuiu para essa demanda imensa, pois, a cada dia, novas formas de invadir sistemas e aplicar golpes são criadas, o que tem feito com que as empresas precisem correr contra o tempo para manter seus sistemas seguros e dentro da lei. 

Conforme relatado por Claudio Bonel, analista de dados à CNN: “Os ataques às empresas aumentaram bastante em tempos depois do início da pandemia, período em que o trabalho home office foi implementado em grande escala. Nós temos um volume maior de acesso remoto, em que as pessoas acessam dados importantes diretamente de casa. Esse maior número de acessos facilita a invasão dos sistemas”. 

Estatísticas sobre segurança de dados demonstram a necessidade por busca de soluções e aumento de demanda 

Conforme dados da CePro, o mercado de cibersegurança estará avaliado em US$ 403 bilhões até 2027. Conforme o mundo vai dependendo cada vez mais da tecnologia, e conforme os dados vão se tornando mais valiosos, a necessidade de proteger os sistemas se torna cada vez mais urgente. 

A Cybint Solutions também fez uma descoberta no mínimo curiosa em que constatou que as pequenas empresas foram alvos em 43% dos ataques cibernéticos recentes, sendo inclusive os alvos mais afetados, aumentando de forma exponencial a necessidade de que as empresas invistam em segurança e em uma plataforma que as auxilie a detectar incidentes tão logo eles ocorram.

Startups de tecnologia focadas em cibersegurança

Além disso, com a nova demanda criada pela obrigatoriedade de adequação à LGPD, diversas startups de tecnologia focadas em segurança puderam nascer. 

Se toda empresa precisa se reestruturar inteira de modo a cumprir as diretrizes estipuladas pela lei reguladora, então nada mais coerente que existam plataformas que possam auxiliar nisso. 

A adequação por si só já não é um processo simples. 

E atender essa dor das empresas tornou esse mercado aquecido, favorecendo a criação de novas soluções que até então nunca haviam sido pensadas. 

Necessidade dos DPOs

Porém, também é importante lembrar que, mesmo que a utilização de plataformas para auxiliar no processo de adequação tenha se tornado imprescindível, ainda assim elas não substituem os DPOs, que são os profissionais responsáveis pelo tratamento dos dados pessoais nas empresas. 

O ideal é que as empresas que buscam estar em conformidade se utilizem de todas as ferramentas disponíveis para facilitar essa adequação, além de investir em profissionais especializados que saibam a melhor forma de adequar a empresa a essas ferramentas. 

Os mercados de privacidade e de cibersegurança estão aquecidos pela criação da LGPD, tanto para profissionais especializados no setor, quanto para as startups focadas em privacidade, adequação à lei e cibersegurança, e a tendência é que essa demanda siga crescendo, impulsionando todos os três setores. 

Leia outro artigo da autora: Qual é o Futuro da Privacidade?


Aline Deparis: CEO da Privacy Tools (A maior plataforma brasileira de Gestão para Privacidade e Proteção de Dados Pessoais). Analista de Sistemas com mais de 17 anos de experiência no setor de TI. Foi presidente da Assespro-RS e do CETI-RS (Conselho das Entidades de TI do RS), é atual membro do Conselho Fiscal do Icolab, cofundadora e conselheira da Maven Inventing. Palestrante, foi mentora de empreendedorismo da Federasul, Forbes Woman 2021 e participa ativamente na comunidade de startups, empreendedorismo, privacidade e mulheres na TI.

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